sábado, 29 de janeiro de 2011

Uma breve apresentação


Para me conhecerem melhor, deixo-vos o texto da contra-capa da publicação do meu primeiro livro, aliás, um bebé literário que nasceu no dia 1 de Julho do ano de 2010.
Como ainda me restam cerca de cem exemplares para venda, refiro alguns pormenores para esclarecimento de quem o desejar adquirir.
Obra: contos.
Total de páginas: 120.
Encadernação com excelente qualidade.
Preço: 10€
Para comprar o livro contacte-me pelo e-mail: fernandonunes.pt@gmail.com

Sombras da Alma
Fernando Nunes
TARTARUGA - Manuela Morais
© Fernando Nunes, 2010
fernandonunes.pt@gmail.com
Esta edição pertence, totalmente, ao seu autor
© Capa de ESPIGA Pinto
Desenho da capa de ESPIGA Pinto, exclusivo para esta 1.ª edição
Direitos de reprodução, tradução e adaptação, reservados para todos os países
1ª edição: 1.000 exemplares
ISBN: 978-989-8057-21-1
Depósito legal:313227/10


Contra-capa

No ano de 1967 do mês de Abril do dia 16, quando os ponteiros dos relógios assinalavam zero horas e quarenta minutos, um berro vibrante estalou na sala de partos da maternidade Alfredo da Costa. E ele, por detrás da máscara, sorriu e, por breves momentos, foi arrebatado numa onda de ternura, de amor... Já perdera a conta, ao longo da sua carreira de médico parteiro, de quantas criaturas arrancara ao aconchego do ventre das suas mães e as trouxera à luz da vida. E, agora estava ali, esquecido do sarcasmo das anedotas que contara antes de iniciar o trabalho de parto, de olhos esbugalhados a contemplar o recém-nascido a chorar, a pontapear e a esmurrar o vazio. Depois, subitamente, deu meia volta sob os pés, abriu a porta e saiu da sala.
E, assim, nasceu o Fernando José Afonso Nunes, nesse dia em que muitos outros bebés, por todo o planeta, abriam os olhos , pela primeira vez, para iniciarem a viagem dos seus destinos.
Vejo-te aí, aqui, onde és eterno, nesse espaço escoado de tempo. A tua mãe a amamentar-te, a sorrir, está tão feliz. O teu pai, com as palavras cheias de orgulho e de contentamento, fala de ti para os amigos, talvez diga o meu filhote está muito engraçado... E tu meu querido Fernandinho, alimentavas-te, choravas, davas as primeiras risadas e, de certeza, que sonhavas muito, que na tua consciência de bebé revias o mapa da tua existência, para que as fantasias, mais tarde, se tornassem reais. E gatinhaste, balbuciaste as primeiras sílabas, mamã e papá, e deste os primeiros passeios no miradouro do Bairro das Colónias, na cidade de Lisboa... E, agora, tens que crescer rapidamente, tenho poucas linhas para te recordar.
Que idade tens? Cinco anos. Contemplas, com os olhos serenos de pureza, a tua irmã bebé, a Paula. Brincaram, zaragatearam e, com a energia do amor, uniram os seus corações de irmãos.
A adolescência, veloz como um relâmpago... E os estudos, e as primeiras paixões, e o gosto pelas actividades desportivas... Ah! Os sonhos que já não são sonhos mas plena felicidade. O rumor do mar, a brisa salgada e azul, azul, a caça submarina. E,  uns anos mais tarde, estou a ver-te, com a destreza de um gato, a escalares uma falésia, a iniciares-te na escalada desportiva.
Dos vinte aos trinta anos, trabalhas e, continuas a sonhar, a praticar desporto... E há sempre os amigos, aliás muitos amigos. E, ainda, tens tempo para alguns divertimentos, para algumas noitadas... Cada momento tão intenso, e, porque os segundos não se diluíram no vazio do esquecimento, a tua vida é real.
Já estás com trinta e um anos de idade. Desesperado, talvez estejas a chorar... sentes-te no fundo de um poço inundado de trevas, porque uma doença atacou os teus olhos. Mas não te deixas afogar, lutas, encontras novas montanhas para galgares. Aprendes a conviver com a cegueira, a orientares-te com uma bengala, a utilizar um shofware para poderes trabalhar com o computador.
E o tempo, passa, passa... E, subitamente, estás a frequentar o curso de formadores.
Movimenta, com a agilidade de um maestro, os braços e vai ensaiando uma valsa de passos miudinhos e as palavras sáiem-lhe energeticamente, entusiasticamente... És tu Fernando, afinal de contas, sou eu, na Fundação Raquel e Martin Sain, a ensinar outros cegos a trabalhar com o computador.
Para os meus pais, a minha irmã e toda a minha família, os meus amigos, os meus ex-formandos, enfim, todos, todos os que se têm cruzado na minha existência, que me fazem compreender agora, neste momento de transcendência, que sou um simples átomo flutuando na dança cósmica de constantes transmutações. Deixo-vos aqui, apenas, uma palavra. Bem-haja, que as vossas vidas sejam abençoadas.


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